Amamentação #1

Faço, logo do início, um disclaimer: não sou uma louca da amamentação e tudo o que escrevo é fruto da minha experiência ou opinião dos profissionais de saúde que escolhi para seguirem os meus filhos ou a mim. Os benefícios são inegáveis mas, às vezes, não dá ou a Mãe não quer. Aqui não há julgamentos: it is what it is. 
Do António a experiência foi terrível. Não tive gretas na primeira semana porque, como esteve internado na neonatologia quando nasceu, não pudemos fazer livre demanda. Mas às duas semanas, quando já mamava como "gente grande", elas chegaram. E chegaram em força. A dor era excruciante. Tirava com a bomba e o leite que saía era vermelho, tal a quantidade de sangue. Não foi difícil que, chegado o primeiro mês de vida, não tivesse leite suficiente. O nosso corpo é inteligente. Segundo o que me explicou o pediatra na altura, a dor era tanta que a resposta do meu corpo foi diminuir a produção de leite de maneira a minorar a causa da dor. Foi uma pancada cruel. Não estava preparada para não conseguir amamentar. Cresci entre as minhas tias (que são muitas) e a minha Mãe a amamentarem os meus (imensos) primos. Para mim era fácil. Ou melhor, essas mulheres que me rodeavam faziam parecê-lo. Não consegui. Amamentei em modo "faz de conta" até aos 9 meses. Depois, o rapaz ria-se quando via a maminha e paramos. Da Mafaldinha, fruto da experiência e da calma que veio com o primeiro, correu (e corre) bem. Conseguimos 6 meses de amamentação exclusiva e vamos manter até estarmos as duas fartas disto. Confesso que não sou muito fã da ideia de ter uma míuda grande(por "grande" entenda-se 3 ou 4 anos) às minhas mamas, mas tento não pensar nisso. Quando chegar a altura, chegará e decidiremos quando chegar a ocasião. Gosto de amamentar. Gosto da proximidade que isso nos dá. Gosto da poupança. Gosto do lado prático da coisa. Gosto, acima de tudo, de saber que a maminha é fonte de calma e segurança. E o facto de algo que me é exclusivo a acalmar, deu-me uma confiança enorme para levar esta tarefa de ser mãe de dois ainda mais, literalmente, a peito. 

em Madrid. Zero preocupações. Zero parafernália para alimentar a criança. 

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