"Ora, a fé é a certeza daquilo que esperamos e a prova das coisas que não vemos." Hebreus 11:1

Quem me conhece sabe da minha profunda crença em Deus. Longos vão os anos em que ia, religiosamente (perceberam a piada?!?), todas as semanas à missa. Participei no coro. Andei anos a fio num grupo de escuteiros católicos. Fiz missais, cantei salmos e participei na animação de vários serões na igreja. Nunca, durante esses anos, questionei a existência de Deus... Seria de supor que acreditava na Sua existência, mas... se acreditava verdadeiramente n'Ele?!? Provavelmente não... 
Sei precisamente o momento em que soube, inequívocamente, que Deus existe. Estava em Inglaterra e, num dia de sol, saí de casa um pouco mais cedo do que o habitual, para ir trabalhar. Pelo caminho, encontrei um bebé, que mal sabia andar, no meio da estrada. Tinha escapado, sabe-se lá como, do infantário mesmo ali à beira. Tremi como varas verdes, peguei no bebé ao colo e levei-o ao infantário. Se fosse hoje, teria chamado a polícia, mas a Joana de 23 anos, sabia lá? Nesse momento percebi que tinha sido Ele que me tinha mandado sair de casa mais cedo. Um carro, uma pessoa mal intencionada, qualquer outro cenário e o desfecho teria sido outro. Acredito que eu fui um instrumento d'Ele e, como tal, fui o anjo da guarda daquele menino. E, a partir desse momento, percebi e revi todos os momentos em que eu soube que Ele esteve presente, ainda que na forma de outras pessoas. 
Sei que Deus existe. Sei que Deus está presente na minha vida. Mas, é fácil não questionar. Felizmente, sou feliz. Não há, nem nunca houve, grandes adversidades na minha vida. Fui agraciada com uns pais maravilhosos. Cresci com irmãos e numa família onde, não abundando dinheiro, nunca faltou amor. Cresci. Conheci o amor da minha vida aos 18 anos e, volvidos quase 15 anos, ainda acredito que é amor para a vida toda, como canta a outra. Tenho dois filhos maravilhosos, um teto que também não abunda em dinheiro mas transborda em amor. E é aqui que eu acredito em Deus. Acredito que é Ele que me dá tudo isto. É Ele que me guia e me guiou para que encontrasse tudo isto que me faz feliz. 
Falava há uns tempos com a minha Mãe acerca do céu. Dizia-me ela que não sabe se acredita lá "naquela ideia que é um espaço enorme onde cabemos todos... acreditas nisso Joana?!?". Eu não sei. Não penso muito nisso. Acredito que o céu é este estado de felicidade e gratidão, semi-permanente, por tudo que Deus me dá dia após dia. O céu é a minha saúde, a dos que amo e sobretudo a dos meus filhos. O céu é aquele olhar cúmplice do meu marido. O céu são as gargalhadas do meu filho e o sorriso da minha filha. 
É esta a minha fé. É este estado de crença que Deus está permanentemente ao meu lado. É acreditar que, nas várias experiências da minha vida, é Ele que me guia. Se abrirmos bem os olhos percebemos que não há coincidências e que, havendo, "Coincidences are God's way to stay anonymous".

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